Telemonitoramento e cuidado em condições crônicas
- Inova na Real

- há 4 minutos
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O advento da pandemia acelerou a chegada e adoção de diversas dessas tecnologias para nossos cotidiano

A pandemia apenas acelerou a adoção dessa e de várias outras tecnologias, não só na área da saúde. Estamos falando de um recurso importantíssimo para a qualidade de vida do paciente, a diminuição dos custos assistenciais e a frequência dos atendimentos de urgências, que sabemos que são onerosos e incômodos ao paciente.
O que é o telemonitoramento?
O telemonitoramento é o acompanhamento e o gerenciamento de condições clínicas de um paciente (em estado crônico, considerando o tema deste post). Para executá-lo, são adotadas práticas específicas e recursos inovadores disponibilizados por meio de tecnologias digitais, como wearables, biossensores e plataformas de telemedicina — estas, usadas para permitir a interação entre os profissionais e os pacientes.
O telemonitoramento ajuda os profissionais da saúde na prevenção e no cuidado de pacientes sujeitos a complicações clínicas graves, se não observados continuamente. Desse modo, evita internações e, em consequência, humaniza o atendimento. Diante desse cenário, a incorporação de tecnologias em saúde na APS tem se mostrado uma estratégia fundamental para aprimorar a qualidade do atendimento, otimizar a gestão do cuidado e fortalecer a autonomia dos pacientes no autocontrole de suas condições de saúde.
A utilização de tecnologias digitais, dispositivos de monitoramento remoto, sistemas informatizados e estratégias educacionais voltadas para a saúde tem transformado a forma como os serviços de APS lidam com as doenças crônicas. O prontuário eletrônico, por exemplo, possibilita o registro sistemático e acessível das informações clínicas dos pacientes, facilitando a continuidade do cuidado e evitando a fragmentação do tratamento. Além disso, ferramentas de telemonitoramento e teleconsulta permitem o acompanhamento remoto dos pacientes, reduzindo a necessidade de deslocamentos e garantindo intervenções mais ágeis diante de alterações nos parâmetros de saúde.
Um sistema de atenção centrado no paciente beneficia todos os pacientes, não importa qual seja seu estado de saúde nem se sua condição é ou não transmissível. Essa condição promete ser melhor para todos, não só para as pessoas com condições crônicas. A atenção primária tem um papel decisivo como núcleo de coordenação, mas é preciso complementá-la com centros de atenção mais especializados e intensivos, como laboratórios de diagnóstico, clínicas especializadas, hospitais e centros de reabilitação. Por fim, as dez recomendações para a melhoria da qualidade da atenção às condições crônicas são:
Implantar o Modelo de Cuidados Crônicos na sua totalidade.
Assegurar um enfoque centrado no paciente.
Criar políticas multissetoriais (ou reavaliar as existentes) para o manejo das DCNTs, entre as quais o acesso universal à saúde, com alinhamento dos sistemas de pagamento para apoiar as melhores práticas.
Criar sistemas de informação clínica (ou melhorar os existentes) que incluam monitoramento, avaliação e estratégias de melhoria da qualidade como partes integrantes do sistema de saúde.
A telemedicina não se limita ao cuidado com doenças já diagnosticadas. Ela pode ser utilizada na prevenção ao facilitar a identificação precoce de riscos e no acompanhamento proativo da saúde dos pacientes. Os benefícios de se utilizar a telemedicina nesse cenário inclui:
Check-ups regulares e preventivos
Plataformas de telemedicina permitem agendamentos regulares para consultas preventivas, onde sinais de alerta podem ser detectados antes do agravamento de condições crônicas.
Monitoramento de hábitos de vida
Com o uso de dispositivos conectados, como wearables, médicos podem monitorar a rotina dos pacientes em tempo real, incluindo:
Atividade física;
Qualidade do sono;
Alimentação.
Esses dados ajudam a identificar hábitos de risco e orientam mudanças no estilo de vida. Com a telemedicina, é possível realizar triagens em grande escala para identificar grupos de risco para doenças como hipertensão e diabetes. Isso é especialmente útil em populações que têm dificuldade de acesso ao atendimento presencial.
Pacientes e médicos podem monitorar os níveis de glicose, por exemplo, e ajustar o tratamento com mais precisão e frequência, sem a necessidade de visitas presenciais constantes.
Ao investir em soluções de telemedicina, as instituições de saúde podem liderar a transformação digital no setor, oferecendo qualidade de vida aos pacientes e resultados mais eficazes no manejo de condições crônicas.
REFERÊNCIAS: Revista de Saúde Pública - USP, Journal Of Health Informatics, Artigo Escola Anna Nery, Artigo: O Cuidado das Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde, Eugênio Vilaça Mendes, Revista Contribuiciones a Las Ciências Sociales












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