Mamografia com tecnologia que ajuda a detectar câncer mais cedo
- Inova na Real

- 15 de out.
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Atualizado: há 2 dias
Avanços como a tomossíntese digital e a inteligência artificial estão revolucionando o diagnóstico precoce do câncer de mama no Brasil, tornando o rastreamento mais preciso e acessível

A mamografia continua sendo o método fundamental para rastreamento do câncer de mama, mas enfrenta limitações importantes, particularmente em mamas densas, onde há sobreposição de tecidos que pode mascarar lesões. No Brasil, dados recentes mostram que, em 2023, apenas cerca de 23,4% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram o exame de rastreamento pelo SUS, muito abaixo da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de cobertura de 70 %.
Além disso, o Sistema Único de Saúde registrou em 2022 um total de 4.239.253 mamografias feitas (entre exames diagnósticos e de rastreamento), mas com distribuição desigual entre regiões, Norte e Nordeste, por exemplo, ficando atrás em volume proporcional.
Para enfrentar essas deficiências, tecnologias modernas como a tomossíntese mamária digital têm se mostrado complementos valiosos ao exame convencional. Estudo da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas): “Tomossíntese Mamária: Tecnologia Complementar no Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama” aponta que essa técnica proporciona imagens com cortes finos, reduzindo sobreposição de estruturas mamárias, o que facilita a detecção precoce de tumores pequenos ou ocultos pelo padrão 2D.
Outro estudo em rastreamento familiar demonstrou que a tomossíntese supera a mamografia digital convencional em termos de especificidade e reduz taxas de reconvocação de pacientes para novos exames (recalls), especialmente em casos de mamas com densidade fibroglandular dispersa.
Há também dados que apontam o impacto econômico e prático: por exemplo, a tomossíntese digital foi estimada pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) como medida que poderia gerar economia de R$ 400 milhões para planos de saúde em cinco anos, considerando-se sua adoção mais ampla entre mulheres com padronização de densidade mamária acima de certo limiar.
Esses avanços têm implicações clínicas diretas: identificar o câncer em estágio inicial, quando o tumor é menor e menos agressivo, possibilita tratamentos menos invasivos, menor necessidade de biópsias desnecessárias, menor custo e melhores chances de sobrevida das pacientes. Entretanto, para que o potencial dessas tecnologias seja plenamente aproveitado, é necessário:
Maior cobertura do rastreamento via SUS, com equidade entre regiões;
Adoção de técnicas avançadas (tomossíntese, mamografia de alta definição, IA) como protocolos complementares quando indicado;
Capacitação dos profissionais para interpretar imagens tomográficas e usar ferramentas assistidas por IA;
Políticas públicas robustas com financiamento contínuo para modernização de equipamentos e ampliação de acesso.
Em resumo, a combinação mamografia convencional + tomossíntese digital + ferramentas emergentes (como IA) representa um salto qualitativo no diagnóstico precoce do câncer de mama, especialmente num país com desigualdades regionais como o Brasil.












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