Estudo revela como o cérebro humano enfrenta dilemas
- Inova na Real

- 3 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 5 de jul.
Reportagem da Folha de S. Paulo mostra como pesquisadores identificam padrões mentais usados por humanos ao lidar com escolhas difíceis e imprevisíveis

Como você decide qual cafeteria deseja frequentar? Ou como você organiza o preparo de uma receita antes de fazê-la? Um estudo recente publicado na revista Nature Human Behaviour traz novas pistas sobre como o cérebro humano lida com estes e outros tipos de decisões e problemas, destacando dois tipos principais de raciocínio usados pelas pessoas diante de situações com múltiplas variáveis: o hierárquico e o contrafactual.
O experimento central da pesquisa desafiou voluntários a preverem a trajetória de uma bola em um labirinto, mesmo com acesso apenas parcial ao percurso. A complexidade da tarefa impediu que os participantes encontrassem a solução ideal. Segundo Mehrdad Jazayeri, professor do Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas do MIT e um dos autores do estudo, "essa tarefa é interessante porque basicamente nenhum humano que testamos consegue resolvê-lo de forma otimizada. Eles simplesmente não conseguem solucionar. É um problema difícil".
A partir dessa experiência, os cientistas observaram que o raciocínio hierárquico, que organiza o problema em estruturas amplas, é adotado quando o cérebro não consegue processar todos os detalhes ao mesmo tempo. Já o raciocínio contrafactual entra em cena quando a pessoa percebe que tomou uma decisão errada e busca reavaliar caminhos possíveis a partir disso. Outro ponto relevante é o papel da memória nesse processo. Para pensar de forma contrafactual, é preciso lembrar das decisões anteriores e de suas consequências.
Esse padrão é comum nas rotinas das pessoas: escolher uma cafeteria no caminho para o trabalho pode envolver primeiro pensar em qual bairro, depois em qual rua e, só então, decidir o local ideal. Mas se percebemos que o café escolhido está lotado, imediatamente reavaliamos — com base em experiências anteriores — outras possibilidades. Isso exemplifica como raciocínio hierárquico e contrafactual caminham juntos.
Além de avançar no entendimento sobre a mente humana, o estudo também tem implicações para a inteligência artificial. Ao aplicar os mesmos desafios a modelos computacionais com limitações semelhantes às humanas, os pesquisadores notaram padrões de decisão parecidos. Ou seja, isso reforça a ideia de que compreender como o cérebro opera pode ser essencial para o desenvolvimento de sistemas de aprendizado de máquina mais eficientes e adaptáveis. Afinal, um sistema que apenas otimiza não necessariamente aprende a voltar atrás e corrigir o erro — como nós fazemos.
“Minha leitura pessoal deste estudo me leva a pensar sobre como, no cotidiano, confiamos na nossa capacidade de revisar decisões”, pondera Marco Bego, Diretor de Inovação do InovaHC. “Quantas vezes já ajustei planos por perceber, tarde demais, que a escolha inicial não era a melhor? O mais interessante é que essa flexibilidade não é sinal de fraqueza, mas sim de inteligência adaptativa. Reconhecer limites de atenção e memória não nos torna piores — apenas mais humanos”, completa.
E você? Em que situação recente percebeu que seu cérebro precisou recalcular a rota?
Clique aqui e confira a reportagem sobre este estudo, publicada na Folha de S. Paulo.
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