Dispositivo alerta atletas sobre risco de lesão
- Inova na Real

- 21 de out.
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Atualizado: há 7 dias
Artefato desenvolvido em Londres é capaz de inflar em 20 milissegundos para corrigir movimentos de risco

A fronteira entre tecnologia e desempenho físico está cada vez mais tênue, e promissora. A inovação em dispositivos vestíveis vem redefinindo a forma como atletas e profissionais de saúde monitoram o corpo em movimento, antecipando riscos e prevenindo lesões antes que aconteçam.
Um exemplo recente vem de Londres, onde pesquisadores desenvolveram uma joelheira equipada com sensores de alta precisão e inteligência artificial. O dispositivo, criado pela empresa Hippos Exoskeleton, é capaz de detectar quando o joelho realiza um movimento com risco de lesão e acionar um airbag interno que infla em apenas 20 milissegundos, estabilizando a articulação antes que o dano ocorra. A reação é três vezes mais rápida que o tempo estimado para um rompimento ligamentar, que costuma ocorrer em cerca de 60 milissegundos.
Mas esse avanço não é uma exclusividade internacional. No Brasil, pesquisas realizadas na Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) vêm mostrando que o uso de sensores vestíveis pode ser decisivo na reabilitação de atletas após cirurgias de joelho. Em um estudo sobre recuperação de lesões no Ligamento Cruzado Anterior (LCA), os pesquisadores observaram que, mesmo após a alta clínica, os sensores identificaram déficits biomecânicos persistentes, um alerta de que a recuperação funcional ainda não estava completa, apesar dos testes convencionais indicarem o contrário. Essa descoberta reforça o papel da tecnologia como ferramenta de precisão na reabilitação e no retorno seguro ao esporte.
Outras análises internacionais também apontam resultados animadores. Uma revisão publicada no periódico Sensors mostra que o uso de tecnologia vestível associada a algoritmos de IA vem se consolidando como uma das estratégias mais eficazes para prever e reduzir lesões musculoesqueléticas em modalidades de alta demanda física. Esses sistemas conseguem detectar microvariações de movimento, monitorar frequência cardíaca, fadiga e carga de treino, gerando alertas para treinadores e equipes médicas ajustarem o ritmo de forma personalizada.
Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar. Especialistas destacam que muitos dispositivos permanecem em fase experimental, com diferenças significativas de calibração entre modelos, além de falta de padronização nos protocolos de uso e interpretação dos dados. No entanto, a tendência é clara: atletas e instituições esportivas começam a enxergar o investimento em prevenção como uma estratégia de saúde e desempenho, e não apenas como custo operacional.
Para o futuro, pesquisadores e gestores da área esportiva apontam a importância de tornar essas tecnologias acessíveis também para o público amador, ampliando o impacto social da inovação. A convergência entre ciência do esporte, análise de dados e inteligência artificial inaugura uma nova era para o cuidado físico: uma em que prevenir é tão estratégico quanto vencer.
REFERÊNCIAS: Catapult, Lance, Globo Esporte, Jornal USP












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