Cérebro hackeado? Startups apostam em neurotecnologia para turbinar a mente
- Inova na Real

- 28 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de dez.
Interfaces Cérebro-Computador e o Futuro da Medicina

Nos últimos anos, as interfaces cérebro-computador (BCIs) emergiram como uma das áreas mais promissoras da neurotecnologia, com aplicações que vão desde a reabilitação neurológica até o aprimoramento cognitivo. Empresas como Neuralink, fundada por Elon Musk, têm atraído investimentos significativos, como os US$ 600 milhões levantados recentemente, elevando sua avaliação para US$ 9 bilhões. No entanto, o cenário não se limita às fronteiras internacionais; o Brasil também tem se destacado nesse campo.
O país tem testemunhado o surgimento de startups inovadoras no setor de neurotecnologia. A Orby, por exemplo, desenvolve soluções para a recuperação motora de pacientes com sequelas neurológicas, utilizando tecnologias de estimulação cerebral não invasivas. Além disso, o NeuroCapital, fundo criado pelo neurocientista Miguel Nicolelis e pelo investidor Flávio Pripas, anunciou um aporte inicial de R$ 1 bilhão para investir em startups de neurotecnologia no Brasil.
As BCIs têm mostrado resultados promissores na reabilitação de pacientes com paralisia e outras condições neurológicas. Estudos indicam que essas interfaces podem restaurar a comunicação e a mobilidade, permitindo que indivíduos controlem próteses ou dispositivos com o pensamento.
Além disso, empresas como a Motif Neurotech estão desenvolvendo bioeletrônica minimamente invasiva para tratar transtornos mentais, enquanto outras criam aplicativos de meditação e jogos interativos para melhorar a saúde cerebral.
Apesar dos avanços, a neurotecnologia levanta questões éticas significativas. A coleta de dados cerebrais e a possibilidade de decodificar pensamentos ou emoções geram preocupações sobre privacidade e vigilância. Existe o risco de que empresas ou governos usem a tecnologia para monitorar estados mentais e cognitivos, o que pode afetar a autonomia e a liberdade individual.
A discussão sobre "neurodireitos" ganha força, visando proteger a identidade mental e a liberdade cognitiva dos indivíduos diante da crescente conectividade entre o cérebro e a tecnologia.
A neurotecnologia representa uma fronteira empolgante na medicina e na ciência. No entanto, é essencial que avanços tecnológicos sejam acompanhados de um debate ético robusto e de políticas públicas que garantam a proteção dos direitos individuais. O Brasil, com suas iniciativas emergentes e investimentos significativos, tem o potencial de se tornar um líder global nesse campo, desde que equilibre inovação com responsabilidade social.
REFERÊNCIAS: It Forum, Forbes, Brazil Health, CNN Brasil












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