Como a Inteligência Artificial pode salvar vidas?
- Inova na Real

- 23 de out.
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Atualizado: há 7 dias
Exemplos reais e atuais que fazem parte da nossa realidade

A inteligência artificial (IA) na saúde já saiu do futuro e atua hoje na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de doenças com impacto direto na vida de pacientes. No Brasil, por exemplo, um estudo publicado em 2025 na Discover Health Systems mostra que modelos de machine learning em um hospital público de Belo Horizonte aumentaram em 26,6% a eficiência da triagem em pronto-atendimento e reduziram a duração média da internação.
Em oncologia de imagem, uma revisão sistemática realizada por pesquisadores brasileiros envolvendo o programa Hospital Israelita Albert Einstein e o programa PROADI-SUS revelou que algoritmos de IA integrados a exames de imagem em dermatologia, neurologia e pneumologia apresentaram ganhos clínicos e econômicos significativos no suporte ao diagnóstico, reforçando a necessidade de representatividade populacional nos dados de treinamento.
Na prevenção de doenças crônicas como a obesidade, a IA também desempenha papel estratégico. Uma pesquisa internacional de 2024 sobre dispositivos vestíveis e IA para gerenciamento de perda de peso indicou uma AUC de 84,4% na identificação de indivíduos com maior chance de reduzir peso usando dados de biomarcadores, vitais e comportamento físico. Essa tendência aponta para o papel da IA no cuidado contínuo e personalizado, não apenas para doenças agudas.
Além disso, em 2025, mais de 50% das organizações de saúde brasileiras relataram ganhos de eficiência de tempo com adoção de IA generativa, segundo relatório da TI Inside. Essa capacidade de automação de processos administrativos e apoio à decisão clínica libera recursos humanos para tarefas de maior valor e reduz o tempo entre identificação e ação, o que, em cenários de saúde crítica, pode significar salvar vidas.
No entanto, a adoção da IA em saúde implica desafios técnicos, éticos e regulatórios. Um estudo da CETIC.br-NIC.br de 2024 sobre IA em saúde no Brasil destacou que a infraestrutura, a qualificação de pessoal e a interoperabilidade de dados ainda são barreiras importantes ao pleno aproveitamento dessas tecnologias. E, em termos regulatórios, o marco legal nacional ainda depende da adequação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) para tratar especificamente de sistemas de IA em saúde, conforme análise publicada em 2022.
Em resumo, a IA está salvando vidas, de forma concreta e crescente, no Brasil e no mundo. A mudança de paradigma acontece quando sistemas de diagnóstico, monitoramento contínuo e suporte à decisão clínica se apoiam em dados, algoritmos e integração multidisciplinar. Para que o setor da saúde colha os benefícios em larga escala, porém, será essencial combinar tecnologia com regulação, infraestrutura, ética e equidade.
REFERÊNCIAS: NIC br. COPPE UFRJ, Revista Pesquisa Fapesp












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