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Blockchain na saúde: segurança, privacidade e interoperabilidade de dados clínicos

A tecnologia surge com um forte apelo e maior estabilidade dentro da medicina


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A transformação digital na saúde exige não apenas inovações tecnológicas, mas também garantias de que a segurança, a privacidade e a interoperabilidade dos dados clínicos sejam preservadas. Nesse contexto, a tecnologia Blockchain surge com um forte apelo, conforme destacado pela matéria do Grupo CONAES Brasil, que aponta como o blockchain pode proteger os dados do paciente, conferir maior transparência, rastreabilidade e controle ao usuário.


O blockchain é, em essência, uma tecnologia de registro distribuído (distributed ledger) em que os dados são gravados em blocos criptografados, cada qual referenciando o anterior, o que torna difícil, senão impraticável, alterar os registros sem que haja consenso da rede. No âmbito da saúde, isso significa que os prontuários, consentimentos, rastreamento de medicamentos, entre outros dados clínicos, podem ganhar um nível adicional de integridade, rastreabilidade e controle. Conforme a matéria citada:


  • O paciente passa a ter maior controle sobre quem acessa seus dados. 

  • Os registros tornam-se “invioláveis” no sentido de que alterações não autorizadas podem ser detectadas ou impedidas.  Ademais, o blockchain não se limita ao armazenamento de dados: pode servir como plataforma de contratos inteligentes (smart contracts) para autorizar acessos, gerenciar consentimentos, etc. Dessa forma, o blockchain representa mais do que um buzz-word: trata-se de uma peça potencialmente transformadora se bem aplicada no setor de saúde.


A segurança dos dados clínicos é um requisito crítico: vazamentos, modificações indevidas, acessos não autorizados, todos esses cenários colocam em risco não apenas a privacidade do paciente, mas a qualidade do atendimento e a confiabilidade do sistema de saúde. O blockchain intervém nesse cenário com vantagens importantes:


  • Imutabilidade: Uma vez gravados, os dados ou os hashes de dados não podem ser alterados sem que se comprometa toda a cadeia. Isso fortalece a integridade das informações. 

  • Distribuição/descentralização: Como os dados ou registros ficam distribuídos em vários nós, desaparece o “ponto único de falha” característico de sistemas centralizados — o que reduz riscos de ataque ou corrupção de massa. 

  • Auditoria/trilha de acesso: Registros de quem acessou o que e quando tornam-se mais transparentes, o que ajuda em conformidade com normas regulatórias (ex: GDPR, HIPAA). 

  • Criptografia e controle de acesso: Os dados sensíveis podem ser armazenados off-chain (fora da cadeia principal) e apenas seus indicadores ou hashes ficam no blockchain, com mecanismos de acesso controlado.


Mas é importante destacar: o blockchain não é uma solução mágica que elimina todos os riscos de segurança. As pesquisas indicam que, embora promissor, ainda há desafios técnicos relevantes, como chaves comprometidas, armazenamento massivo de dados clínicos, latência, escalabilidade, etc. Para as organizações de saúde, isso significa que adotar blockchain demanda uma abordagem holística de segurança (infraestrutura, processos, governança) e não apenas “colocar dados em blockchain”.

Um dos grandes temas da digitalização em saúde é: quem controla os dados do paciente? Em sistemas tradicionais, muitas vezes os provedores de saúde ou hospitais detêm o controle maior, o que gera preocupações em termos de consentimento, rastreabilidade de uso e transparência. Aqui entra o blockchain com algumas promessas:


  • Consentimentos imutáveis: o registro de consentimento pode ser gravado no blockchain de modo imutável — o que cria trilha auditável e evita discussões sobre “quando” ou “quem” autorizou.

  • Anonimização / pseudonimização: o blockchain pode favorecer técnicas de anonimização ou pseudonimização dos dados para proteger identidade dos pacientes, especialmente em contextos de pesquisa ou compartilhamento entre instituições.

  • Conformidade regulatória: a privacidade implica aderir a regulamentos como GDPR (Europa), LGPD (Brasil) e HIPAA (EUA). O blockchain pode ajudar, mas exige um desenho cuidadoso porque determinadas características (imutabilidade, transparência) entram em tensão com direitos como “direito ao esquecimento”. 


Vale ressaltar que há tensões e desafios reais no meio:


  • A imutabilidade inerente ao blockchain entra em conflito com o direito de eliminação/alteração de dados ou com a necessidade de corrigir registros errôneos.

  • Se os dados sensíveis forem colocados diretamente no blockchain público, há risco de exposição indevida—o que reforça a necessidade de modelos híbridos (off-chain + on-chain).

  • A gestão de identidades, chaves criptográficas e legitimidade de acesso requer maturidade técnica e governança rigorosa.


Um dos maiores entraves atuais nos sistemas de saúde é a fragmentação de dados: diferentes hospitais, clínicas, laboratórios e instituições de pesquisa usam sistemas diversos, padrões distintos, o que dificulta a troca de informações de forma fluida e confiável. É justamente aqui que o blockchain pode oferecer ganhos, se bem desenhado.


  • Dados clínicos espalhados em silos de sistema impedem visão holística do paciente, geram duplicidade de exames, atrasos no atendimento e riscos de erros.

  • Padrões diferentes, formatos incompatíveis, ausência de governança comum tornam a troca de dados complexa e custosa.

  • A necessidade de interoperabilidade envolve tanto a tecnologia (como armazenar, trocar, sincronizar) quanto a governança (quem pode acessar, em que condições, com que finalidade) e consentimento.

  • O blockchain pode funcionar como um “registro único” ou atlas de metadados, onde as instituições de saúde consultam quem tem quais dados, sob quais condições, facilitando o compartilhamento.

  • A utilização de contratos inteligentes (smart contracts) pode automatizar os direitos de acesso, gerenciar consentimentos, e liberar ou revogar acessos conforme regras definidas.


Para que esses benefícios se concretizem, alguns fatores são essenciais:


  • Adoção de padrões de dados clínicos interoperáveis (por ex., HL7 FHIR, terminologias unificadas, metadados comuns).

  • Um modelo de governança claro: quem participa da rede blockchain, quais são os papéis, direitos e responsabilidades.

  • Modelos de consentimento e acesso que sejam claros, auditáveis e voltados ao usuário.

  • Infraestrutura técnica madura — inclusive bem dimensionada para volume de dados, desempenho, escalabilidade.

  • Considerações regulatórias e normativas: o modelo deve obedecer leis de proteção de dados, segurança da informação e normas de saúde.


Desafios, limitações e considerações para o Brasil


Embora o cenário seja promissor, é importante olhar com realismo para os obstáculos, muitos dos quais já identificados em publicações recentes.


Os sistemas de saúde geram volumes gigantes de dados (imagens, exames, vídeos, históricos complexos). O blockchain puro muitas vezes não é projetado para armazenar grandes volumes como um sistema tradicional. A adoção exige investimento em infraestrutura, integração com sistemas legados e capacitação de pessoal. A matéria do CONAES aponta “falta de familiaridade técnica em muitas instituições”.


Para o Brasil, especificamente, essas considerações se combinam a um contexto de saúde pública com heterogeneidade entre redes municipais, estaduais e privadas, uma realidade de legado tecnológico diversificado e uma demanda forte por digitalização que respeite privacidade, eficiência e cidadania.


A tecnologia blockchain apresenta um conjunto de características muito promissoras para o setor de saúde, particularmente nas frentes de segurança, privacidade e interoperabilidade de dados clínicos. Conforme a matéria da CONAES, ela pode colocar o paciente no centro do controle de dados, facilitar a troca de informações entre instituições e assegurar que os registros sejam íntegros e rastreáveis.


No entanto, como qualquer tecnologia emergente, seu sucesso dependerá de diversos fatores: escolha de casos de uso apropriados, arquitetura técnica bem desenhada, governança eficiente, integração com padrões existentes, conformidade regulatória e maturidade dos atores envolvidos. Para o Inova na Real, que atua na interseção entre inovação e saúde, a adoção de blockchain pode significar uma vantagem competitiva, desde que acompanhada de abordagem estratégica e pragmática. A recomendação é iniciar com projetos-piloto, aprender e escalar progressivamente, sempre mantendo o foco no paciente como detentor de seus dados, no valor da interoperabilidade e na segurança como pilar essencial.


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