Como funciona a Cibersegurança dentro da Saúde Digital

Pesquisas mostram a importância proteger seus dados em um mundo conectado

A saúde digital trouxe uma inovação significativa para os diversos setores da medicina, com diagnósticos mais rápidos, tratamentos personalizados, acesso remoto aos cuidados e entre outros. Porém, essa mesma conectividade apresentou ao setor um risco crescente de ciberameaças. Os dados de saúde vazados na internet, podem valer até dez vezes mais que dados de cartão de crédito no mercado iegal; o que demonstra que o cuidado deve ser cada vez mais e mais atento às informações pessoais cedidas em plataformas e até mesmo em consultas.

Nos últimos anos, a saúde se consolidou como um dos principais alvos de ciberataques no Brasil. Apenas no último ano, hospitais, clínicas, laboratórios e operadoras de planos registraram um crescimento acelerado de incidentes envolvendo ransomware, vazamentos de dados e invasões de sistemas críticos. O que antes era visto como um problema de ordem tecnológica ou financeira, hoje expõe uma dimensão muito mais séria: estamos lidando com vidas.

O setor da saúde é um alvo predileto de ciberataques, e as ameaças estão evoluindo junto com a tecnologia. O Ransomware, por exemplo, é um ciberataque que pode afetar diretamente a área da medicina, já que hackers conseguem invadir e “sequestrar” sistemas hospitalares inteiros, encriptando prontuários e exigindo um resgate para libertá-los. Um ataque bem-sucedido pode suspender cirurgias, atrasar tratamentos essenciais e pôr a vida dos pacientes em perigo.

Em resposta a essas ameaças, as organizações de saúde pretendem abraçar as seguintes tendências: Zero Trust, esse modelo de segurança solicita que todos os usuários e aparelhos, tanto dentro como fora da rede, sejam checados a todo tempo, antes de dar acesso a qualquer recurso. Segurança em Nuvem: Devido a quantidade de dados e a necessidade de escala, inúmeros sistemas de saúde estão migrando para o armazenamento “na nuvem”. É crucial colocar em prática soluções de segurança nativas para criptografia completa, gerenciamento de acesso e conformidade.

Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) na Detecção de Ameaças: A IA, fundamentalmente, auxilia na análise do tráfego de rede, em tempo real. Ela identifica anomalias, indicando ataques, tipo tentativas de acesso estranhas ou movimentações laterais de um invasor na rede, impedindo que o dano se materialize. Conformidade com a LGPD e Regulamentações Internacionais: A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e outras regulações globais, como a HIPAA (EUA) e a GDPR (Europa), exigem que instituições protejam dados com rigor com risco de multas. 

É preciso compreender que cibersegurança não é um simples investimento em ferramentas. Trata-se de uma cultura organizacional que deve permear todos os níveis das instituições de saúde. Sem uma mentalidade coletiva de proteção, qualquer vulnerabilidade pode ser explorada, com impactos que vão muito além do financeiro: cancelamento de cirurgias, compromissos na precisão de exames, indisponibilidade de históricos médicos e até manipulação de informações sensíveis.

O setor da saúde desde a pandemia já está entre os mais atacados do país, ao lado do financeiro. Essa realidade exige um reposicionamento estratégico: a cibersegurança deve ser tratada não como um custo, mas como um investimento indispensável à continuidade dos serviços e à confiança da sociedade. Ao integrar essa cultura de forma sólida, o setor ganha resiliência e a capacidade de reagir com rapidez frente a incidentes inevitáveis. 

REFERÊNCIAS: Academia SPMS, Anahp, Ish. Scunna, True Clinic, Vivah Care